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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Blogando sobre Eurípedes

COMENTÁRIOS SOBRE AS PRINCIPAIS OBRAS DE EURÍPEDES

a) SOBRE AS BACANTES
Sêmele tem um filho com Zeus, mas suas irmãs, que seriam as bacantes posteriormente, falam que Sêmele dera seu amor a um mortal e, instruída por seu pai, Cadmo, atribui a Zeus sua paixão pecaminosa. Zeus, irado, mata Sêmele com um raio. Dioniso resolve tirar o juízo das irmãs e coloca-as para viver nas montanhas. Ele faz com que Agave mate seu filho Penteu, assim deixa Cadmo sem descendentes. Um dos traços que assemelha Medeia de As Bacantes é a questão da importância de deixar descendentes. Parece-nos que Cadmo e Jasão têm o mesmo castigo, perdem as suas descendências. O prólogo é realizado pelo próprio Dionísio que antecede ao público o motivo de sua vingança: suas tias negaram o fato de ele ser filho de um Deus e Penteu se recusa a efetuar o culto em homenagem a ele (Dionísio). O final é trágico. Cadmo é transformado em serpente.

b) SOBRE AS TROIANAS

Este foi o motivo que aparentemente causou a guerra de Tróia. O jovem Paris se corrompe porque Afrodite , a deusa da lascívia, deusa do amor promete-lhe o amor de Helena, esposa de Menelau (“...o filho que, por causa de uma mulher despudorada, destruiu as torres de Tróia...”página 119- Universidade de Bolso). Helena segue Paris. Depois de estarem sitiados por 10 anos, os Troianos são vencidos pelos gregos. Esses então resolvem sortear as troianas. A peça começa com Hécuba, mãe de Polixena e Cassandra dissertando acerca de suas dúvidas sobre o destino das mulheres de Tróia. É muito interessante observar a nobreza de Hécuba, pois antes de indagar a Taltíbio sobre o seu próprio destino, ela está muito preocupada com o rumo que tomará as vidas de Cassandra e Polixena (suas filhas), Andrômaca (sua nora , esposa de Heitor e mãe de seu filho). Andrômaca é casada com Heitor, mas depois da guerra, seu destino é ser tomada pelo filho de Aquiles como presa especial. Polixena morre e vai servir o túmulo de Aquiles como informa Taltíbio, Cassandra, a sacerdotisa de Apolo, está destinada a ser concubina de Agamenom. Não podemos deixar de citar que, por ocasião da morte de Polixena, novamente, na obra de Eurípedes, encontramos traços de seu ceticismo, quando em diálogo com Andrômaca, Hécuba ressalta: “ A morte é o nada” , ao que Andrômaca responde: “Os mortos, eu digo, são como se não tivessem nascido...” ( Páginas 120 e 121- Universidade de Bolso )
Há coisas que nos parecem comuns nas tragédias, como por exemplo: O filho de Heitor é morto para que não haja descendência e não ocorra a possibilidade de reconstrução de Tróia. A morte para não deixar descendentes aparece em Medeia, As bacantes e As Troianas.

c) SOBRE MEDEIA

Medeia apaixona-se pelo forasteiro Jasão, que sai de Iolcos e chega em Corinto para buscar o Velocino de ouro. Ela ajuda a construir o grande cidadão que é Jasão, mas ele desposa Glauce e a abandona.
Por que Jasão queria o Velocino de ouro? Na verdade, Jasão era o verdadeiro herdeiro do trono de Iolcos, mas quem estava no poder era seu tio Pélias, meio irmão de seu pai. Pélias deveria entregar o trono para Jasão assim que ele atingisse a idade adequada, mas Pélias manda Jasão em uma missão na Cólquida para recuperar o poderoso talismã, o Velocino de ouro, acreditando que Jasão não retornaria vivo dessa missão. Chegando lá, Medeia, a guardiã do Velocino se apaixona por Jasão . Éetes o rei da Cólquida não concorda com a união dos dois e elabora missões impossíveis e perigosas para Jasão realizar. Entre essas tarefas , ele deveria atrelar dois touros com cascos de bronze e que cuspiam fogo. Medeia oferece para Jasão uma poção que torna o corpo do seu amado imune aos perigos e ele consegue realizar a tarefa, mas o pai de Medeia recusa-se a cumprir o trato e manda atear fogo em Argo, o navio de Jasão, com toda a tripulação dentro. Novamente, Medeia é quem resolve o problema, salva os tripulantes e foge com Jasão e os argonautas. O irmão de Medeia , Absirto, vai ao encalço, Medeia o mata, esquarteja e distribui os pedaços do corpo para que o seu pai se atrase juntando as partes do filho, porque era importante dar um funeral digno aos familiares. Quando chegam em Corinto, Jasão resolve, por questões políticas, tomar por esposa Glauce, filha de Creon, que é o rei de Corinto. Medeia não aceita essa situação.,mas ela é uma estrangeira, uma bárbara, o casamento com Jasão sequer é reconhecido em Corinto. Sente traída, humilhada, vilipendiada, abandonada e só, porque não pode sequer voltar para sua terra. Não aceitando as explicações de Jasão, Medeia arquiteta a sua vingança: finge que está conformada com a situação e oferece para Glauce,o manto dos fogos inextinguíveis, manto este que, ao entrar em contato com o corpo, rompe em chamas. Creon se desespera e tenta salvar a filha, mas também morre. Não satisfeita, Medeia mata os seus dois filhos para castigar Jasão. Agindo desta maneira (matando Glauce e as crianças) ela acaba com a descendência de Jasão e este é o pior castigo para ele, na visão de Medeia. Que sentimentos carrega alguém que abre mão de sua família, mata seus entes queridos e é descartada pelo companheiro, o qual desconsiderou toda uma trajetória de cumplicidade?

SOBRE OS PERSONAGENS

MEDEIA: Medeia, que nasce na Cólquida, uma terra de magos, é uma grande feiticeira, a guardiã do Velocino de Ouro. Por amor a Jasão, ela mata, rouba, foge, rompe laços com a família. Percebemos na protagonista, a coragem de uma mulher a frente do seu tempo. O grande diferencial de Medeia é que ela ousou escolher o próprio companheiro. Quando Eurípedes poetisou Medeia, as mulheres daquele tempo assistiam ao espetáculo e deviam se reconhecer na figura da protagonista. As jovens iam para o casamento sem saber o que estava por vir. O marido tinha sobre elas direito de vida e morte.
AMA: Serva de Medeia. É também ela que antecede os acontecimentos (Prólogo). È uma figura grotesca, tem medo das ações de sua ama, mas sua linguagem mostra que ela não aprova, mas compreende a ama, apesar disso, não se pronuncia contra Jasão e não o quer mal. Quem afirma categoricamente que Jasão não é amigo é o Pedagogo (serviçal que cuida dos filhos de Medeia)
JASÃO: Sabe-se que Jasão foi criado pelo centauro Quiron, o que nos oferece a possibilidade de realizar a leitura que o enfocaria com um eu lírico metade homem, metade cavalo. Na evolução da tragédia, podemos perceber que, na grande maioria das vezes a porção animal se apropria de Jasão, principalmente quando ele procura outra esposa e busca outra filiação. Essa questão de busca de uma filiação mais nobre, mais pura , mais perfeita é a supremacia do lado animal. O grande amor de Medeia, um grande e ambicioso guerreiro que sai de Iolcos e se dirige para a Cólquida para tomar posse do Velocino. Jasão é um homem político e, como tal, coloca a razão acima da emoção e isso pode ser comprovado pelos seus diálogos, pela sua linguagem. Jasão acha que Creon está certo ao expulsar Medeia de Corinto porque, afinal, ela é uma bárbara, devia se sentir feliz por ter filho gregos e viver na civilização e não agiu certo falando contra a casa real.
CREON: Rei de Corinto, pai de Glauce, a personagem com quem Jasão contrai núpcias. Creon conhece os poderes de Medeia e fica sabendo que ela fala contra a casa real e, temendo por sua filha, ele a expulsa de Corinto.
EGEU: É rei de Atenas e filho de Pandiom. Egeu procura Medeia porque não pode ter filhos. Medeia, conhecedora de ervas e poções, oferece-lhe a possibilidade de ser pai, se ele a acolher, uma vez que foi expulsa de Corinto por Creon.
CORO: O que se pode apreender do coro é que a sociedade não aprovou a atitude de Medeia, embora reconhecesse que Jasão agia de forma errada.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

BLOGANDO SOBRE A ELEGÂNCIA

ELEGÂNCIA


Pelo pouco que tenho observado ELEGÂNCIA É ACEITAR OS MAUS MODOS DAS PESSOAS, logo... cheguei a conclusão que não sou nem quero ser elegante, basta-me ser educada e respeitada. As pessoas alertam que quando somos ofendidos devemos SAIR NO SALTO...não consigo... SAIR NO SALTO é, para mim, engolir desaforo e permitir que o desaforado saia pelo mundo afora fazendo desaforos sem ser punido. Então... resolvi criar meu próprio código de etiqueta, que não se restringe a saber lidar com talheres de peixe, taças de vinho, água , refrigerante ou recipientes de lavanda para limpar a ponta dos dedos, também não fico olhando como os outros fazem para não errar, já sei que não se esfrega o guardanapo de papel na boca, também sei que é feio derramar café no pires, aprendi que quando algo cai no chão é o garçom que deve pegar e trocar. Tudo isto é interessante, mas não é o mais importante. Se praticarmos o básico já estará de bom tamanho.
Quando recebo alguém ofereço o que posso, dentro das minhas possibilidades ( pode ser um chimarrão ou um cafezinho) e procuro deixar a pessoa sentindo-se à vontade, não fico olhando para o relógio se a visita se demora, não falo de boca cheia, não faço barulho para tomar sopa, café, água ou chá. Não insisto para a visita se empanturrar dizendo: pode comer... tem bastante, não coloco a língua no buraco do dente para fazer estalo, não fico acariciando a barriga depois da refeição. Mas... minha paciência tem limites...não tenho tolerância com homem que deixa pingos de xixi na tampa do vaso. Detesto gente que faz malabarismo com a dentadura dentro da boca e homem grosso, comigo... até tem entrada, mas não tem saída... eu me vingo, não esqueço ofensa, pode demorar uma vida, mas tem troco. É claro que tenho consciência de que NÃO SE FAZ UMA OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS, ou seja, posso até afundar junto, mas afogo o inimigo, tal qual Medéia fez com Jasão, metaforicamente falando ,é claro. Uma mulher não precisa usar de violência, só precisa... usar de inteligência e...ter muita paciência..
Voltando à elegância... ninguém gosta de mentiras, mas pessoas sinceras demais NÃO SÃO ELEGANTES...são cruéis, ou seja, fingir que gostou da roupa da amiga, do novo corte de cabelo, dizer que ela não engordou tanto assim, é delicadeza, generosidade, ELEGÂNCIA e nada tem a ver com o cinismo.
Não acho deselegante humilhar o parceiro que ronca... acho CRUEL, pois ronco não é questão de elegância... é questão de saúde. É tão simples trocar de quarto depois que ele adormece e voltar antes da pessoa acordar... é o exercício do amor... é a elegância da convivência.
Telefonar desmarcando o compromisso é elegante.
Falar a verdade com doçura é elegante.
Não tripudiar das pessoas é elegante.
Separar o lixo é elegante.
Proteger os animais é elegante.
Respeitar a natureza é elegante.
Não discriminar é elegante (a pessoa até não gostar, mas tem a obrigação moral de respeitar todos)
Elegante mesmo é quando a gente se surpreende fazendo uma coisa boa e não tem ninguém assistindo e continuamos a ação, mesmo sabendo que não teremos aplauso e reconhecimento... sim porque o ser humano busca ou o aplauso ou o reconhecimento, mas é preciso domesticar a sereia , o narciso, ou o artista que habita em nós.
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NATAL EM FAMÍLIA: Nada mais pérfido e deselegante do que, na hora da distribuição dos presentes , uma das crianças ganhar algo simples e outra ganhar vários embrulhos, todos lindos e caros. É o Espírito de Natal incentivando a desigualdade com o apoio do Senhor Menino. Seria tão simples combinar somente um presente modesto na reunião família. Quem tem mais possibilidades que presenteie com abundância, mas na intimidade, nunca na frente de outras crianças que não terão o mesmo privilégio.
RECEBENDO OS AMIGUINHOS DE SEU FILHO: Se você tem duas barrinhas de chocolate e cinco crianças, sirva café com pão e margarina para todos. (Minha mãe sempre nos alertava: não peçam iogurte quando tiver visitas, porque não temos para todos) É muito mais elegante do que chamar seu filho em particular e dizer para ele comer rapidinho... sempre se corre o risco de uma criança ver e ficar magoada.
Quando a gente ia visitar alguém minha mãe recomendava: não é para incomodar na casa dos outros dizendo que estão com fome e não esqueçam, a gente não repete a refeição porque é muito feio, as pessoas podem pensar que vocês são esfomeados, e se você receber presente da madrinha, mesmo que não goste, agradeça porque a dinda comprou com carinho e ela não é rica. Minha mãe na grande maioria das vezes é elegante, a não ser em último caso... ela sempre frisa: ser bom é diferente de ser bobo.
Eu teria inúmeras situações para comentar, mas com as que foram comentadas já dá para concluir que ,quando se é generoso, simples, com a educação pautada na bondade não é preciso, rios de dinheiro, nem mestrado, doutorado e phd. Elegância tem mais a ver com boa índole e capacidade de se comportar bem em qualquer ambiente e agir corretamente com qualquer pessoa.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

BLOGANDO SOBRE O DIREITO DE USARMOS O TÍTULO DE HUMANOS

DEFESAS FÁCEIS...

É fácil defender uma causa quando a grande maioria tem simpatia pela mesma, difícil é defender aquele que parece culpado e que não tem condições para responder pelos seus atos. Estou falando do pitbull, cão que é mistura de raças ferozes que dizem, ter sido criado para conter a fúria do touro nos eventos em que o homem está perdendo para o animal: as touradas (aliás... maneira bastante ignorante de se divertir). O pitbull é grande, mas não sabe porque é grande... ele é feroz mas não sabe porque é feroz... ele tem força, mas não sabe lidar com ela, precisa ser ensinado.
Quando acontece uma desgraça, como casos em que este animal ataca e mata, o primeiro ato de heroísmo da espécie humana é sacrificar o animal. Deveria ser esclarecido que este animal é como um filho adolescente, precisa de muita comida e muito espaço para gastar energia. Será que quando acontecem estas desgraças alguma autoridade verifica as condições em que está vivendo o animal?
Acredito que certas raças só poderiam ser liberadas para quem tivesse autorização e condições para criá-las. Tudo deveria ser mais criterioso, por exemplo: pessoas de compleição física frágil não são aptas para conduzir animais de grande porte e com alto índice de ferocidade.
Falando em ferocidade... quem convive com animais observa que eles têm personalidades diferentes:encontramos pitbuls com alto grau de irritabilidade e outros extremamente dóceis, o mesmo acontece com poodles(alguns podles são ciumentos e agressivos, mas como são raças de pequeno porte não oferecem perigo aos adultos, mas podem ser fatais para bebês ) .
A faculdade do raciocínio é peculiaridade do ser humano, por isso me surpreende presenciar uma cena em que a pessoa pisa em um dejeto e começa a esbravejar com o animal, como se o bicho pudesse compreender porque está sendo agredido. È assustador perceber que as pessoas, quando se desentendem com os vizinhos, envenenam os animais, usando métodos cruéis como por exemplo, dar carne com vidro moído para mascotes que andam soltos. A questão deveria ser resolvida na forma da lei e nunca maltratando o animal.
Pelotas, a Terra do Doce, retrata nas suas calçadas um quadro muito amargo. Alguns poderão revidar: “tanta preocupação com os cães... e os mendigos?” É claro que não podemos nos omitir quando se trata de pessoas, mas sabemos que se o morador de rua não for portador de transtornos da mente ou de necessidades especiais,ele ainda pode falar, pedir, gritar por socorro, procurar o albergue, mas o animal não tem condições de bancar a própria defesa. Pergunto-me: estamos merecendo o título de humanos?

BLOGANDO SOBRE O DOMÍNIO DAS LOIRAS

QUANDO AS LOIRAS DOMINAREM A TERRA...

Quando as loiras dominarem a terra todos serão livres para tingirem ou descolorirem seus cabelos da forma que desejarem. Teremos cabeleiras ruivas , roxas, vermelhas, verdes, azuis, prateadas, douradas. Teremos chapinhas carapinhas, pixains,cacheados, escorridos e encaracolados ... teremos também loiras sem cabelos porque o mundo será feito de escolhas e opções, livre de chacotas e de punições.
Quando as loiras dominarem a terra haverá espaço para gordos, magros, anões, carecas, judeus, alemães , negros, homossexuais, idosos e ninguém precisará processar ninguém e não teremos movimentos individualizados defendendo este ou aquele porque ninguém precisará de defesa.
Quando as loiras dominarem a terra , a palavra loira será apenas mais um substantivo ou adjetivo perdido nas folhas amarelas de um dicionário desatualizado e não mais será motivo de pilhéria , nem sinônimo de burrice.
Quando as loiras dominarem a terra ninguém dominará ninguém e ninguém será escravo de ninguém e advogados terão de abrir todo o seu leque de diferentes opções e possibilidades de trabalho no ramo do Direito porque não haverá motivos para processos que envolvam a palavra preconceito.
Há de chegar um dia em que negros, alemães, pardos, japoneses, cearences e outros estarão tão misturados que se formará uma única cor: a cor da mistura, do enlace, do himeneu do amor de todas as etnias e a palavra cor será somente uma palavra.
Quando as loiras (geladas à mesa ou quentes à cama) dominarem a terra todos saberão que ninguém domina o pensamento de ninguém.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

BLOGANDO SOBRE A LOUCURA

MUNDO LOUCO

Muitas pessoas me acham louca porque digo o que penso, porque me trabalho todos os dias para ser uma pessoa melhor, para rir mais, para trabalhar melhor, muitas pessoas me acham estranha porque durmo com minha cadela e , às vezes, esqueço de lavar as mãos para pegar um alimento depois de acariciar a mascote. Muitas pessoas me acham louca porque não levo desaforo para casa, porque procuro não ser preconceituosa, porque me relaciono bem principalmente com quem é vítima de preconceito: negros , judeus, homossexuais, gordos, anões. Muitas pessoas me acham louca porque sou contra as cotas para negros e por tantos outros motivos. Os homens acham loucas as mulheres que têm iniciativa.
O fato é que os que todos julgavam normais estão aí, soltando a besta: normais que matam seus pais, normais que jogam seus filhos pela janela, normais que esquartejam seus filhos, normais que se relacionam sexualmente com seus filhos. Normais que escravizam crianças, normais que colocam filhos em cárcere privado. Normais que engravidam suas filhas. Só que estas pessoas antes de serem consideradas criminosas estavam dentro do padrão de comportamento exigido pela nossa sociedade.
Por isso gosto mais de animais. Sei exatamente até aonde pode ir a gana de um pitbull, mas não sei do que é capaz um homem ferido, uma mulher magoada, não sei até aonde pode ir a ambição de que governa esta nação.
Prefiro ser louca do que ser Suzane R, prefiro ser louca do que ser Alexandre N.
Que a minha loucura seja preservada e disseminada, porque é a loucura de quem paga seus impostos, diz o que pensa, assume seus atos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

CONVITE PARA A FESTA DO RIDÍCULO

A FESTA DO RÍDICULO



Agora nenhum pelotense precisa pagar para entrar na festa do ridículo: é só ligar a televisão no horário político. Um mata a cobra, o outro chuta o balde, a outra acha que só porque é pobre e tem uma penca de filhos merece ser votada, só faltou dizer que processaria por racismo quem não votasse nela porque a comparação com Obama foi por demais apelativa, o outro que tinha bicho do pé quer voltar para mamar mais um pouco, o velho, cansado de sugar, manda o filho para chupar no lugar dele, uma figura grotesca aparece de rolo na cabeça , uma ofensa para a era da chapinha e tantos outros, cada qual mais ridículo. Temos também a dupla sertaneja que promete atitude e juventude, como se juventude fosse pré requisito para governar, o outro se julgando o pai dos pobres e realmente é: o governaço é pai dos pobres, mas é mãe dos ricos... E MÃE É MÃE... hilário mesmo é quando o atual pega uma criancinha no colo e ensina a pobrezinha a cantar aquela música ridícula e se senta à vontade de cavalinho em uma cadeira na vila, tentando mostrar o quanto é simples , bondoso, protetor dos pobres. O mais engraçado de todos é o pai do asfalto,: os homens morrem de medo da paternidade, mas este quer registrar o asfalto. No caso, só para esclarecer... se for provada a paternidade quem vai receber a pensão é o próprio pai do asfalto, ser pai do asfalto é o mesmo que dar o golpe da barriga feito com a maestria que só a Luciana Gimenes seria capaz de realizar. Esqueci aquele que faz uma grotesca releitura do orçamento participativo que aparece como sua grande criação: o conselho da cidade. Viram como ele é educadinho com as pessoas... que bonito...
E aqueles bordões ridículos, aquelas rimas pobres? E os despreparados que ficam lendo, ou melhor, soletrando em frente às câmeras? E o desenho animado?
Achei muito cênico a moça do sotaque que dá um texto enorme sem respirar... “ ... meu amigo, guérrero. militante da ixquerrda socialista que não se vende...” Quem não se vende? O candidato ou a esquerda socialista? Que bela questão de ambigüidade!
Vocês sabem como eu vejo a política? È como se você entrasse todo de branco em uma oficina mecânica e ficasse jurando que iria trabalhar sem se sujar, ou seja do jeito que está... impossível
O que aconteceria se 51 por cento da população anulasse o seu voto. Anular é mais forte do que votar em branco, anular é mais forte do que recusar-se a votar. Ninguém pode tomar o poder se a maioria anula o seu voto. Isto é protestar. Protestar não é votar em quem tem bicho do pé ou em quem chuta o balde. Vejam bem, não estou convidando ninguém para me seguir, apenas, por viver em um país democrático resolvi partilhar a minha opinião com meus amigos. DAGMA COLOMBY

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PESSOAS QUE ERGUEM BANDEIRAS...

Tenho um certo receio com pessoas que erguem bandeiras, que defendem causas e que se perdem nos seus argumentos, por exemplo: conheço gente que ergue a bandeira do movimento negro e ri de quem não tem dentes, de quem é estrábico ou de quem porta alguma diferença que não é passível de punição na forma da lei quando o indívíduo é citado de forma pejorativa.
Uma judia, grande amiga minha tinha, um caso com um rapaz intelectualmente bem visto na cidade onde eles residiam, passaram uma linda noite de amor até o horário em que o jornal foi entregue na casa da moça. O rapaz, muito intelectualizado, inclusive defensor das cotas para negros na universidade, ao abrir o jornal leu algo que não gostou e , indignado com o autor da coluna esbravejou: “ aquele judeu...” minha amiga, não muito intelectualizada, mas bastante espirituosa fez um afago no seu amado e disse: amor, você precisa cuidar da sua saúde, fazer ginástica, respirar um ar puro e... tomar muito cuidado com o que você come...
País de dois pesos e duas medidas, onde ofender negros é motivo de processo e fazer anedotas de judeus é espaço garantido no jornal, não dá cadeia, nem processo.
Tantas vezes me questiono: Quem sofre mais? O negro, o judeu, o gordo, o homossexual, o portador de gigantismo, o portador de nanismo? Sei que sofrimento não se mede, nem se pesa, cada um sabe o tamanho da própria dor, mas não existe dor maior do que a sensação de injustiça.
Muito me chama a atenção o drama de quem sofre com o sobrepeso. Nada pode ser mais doloroso para uma mulher do que chegar em uma loja e nunca encontrar roupa bonita para pessoas gordas e sempre ter de ouvir das vendedoras que se comportam como cadelinhas adestradas ao repetir a frase que levaram meses para memorizar: A CONFECÇÃO É PEQUENA. É a humilhação garantida e protegida na forma da lei. Às vezes recomendam que a pessoa procure uma loja para GORDINHOS. Por que não falam gordo?. Bem, desconheço termo mais preconceituoso do que GORDINHO. Talvez mais
preconceituoso, ou tão preconceituoso quanto, seja o verbo judiar que é oriundo de judeu. No país da impunidade temos também os locais específicos para os diferentes . É vergonhoso ter uma loja para gordos. Será que terão coragem de criar uma loja para negros , outra para anões? E se tudo for separado? Bar para negros, bar para gordos, bar para anões... Aliás, o negro tem amparo jurídico, mas o gordo não. Se fizer piada de negro lá vem processo ( o que é muito justo ) mas se fizer piada de gordo nada acontece. Em jantares entre colegas de serviço, amigos, se o magro se serve duas vezes ninguém repara, mas se o gordo repete as pessoas se escandalizam e agem como se fosse o gordo o assassino de Isabela Nardone ( até peço desculpas pelo grotesco modo com que me expresso, mas é para ter uma noção do tamanho do escândalo que as pessoas fazem). Em um almoço se o gordo senta à mesa, sempre há alguém para tripudiar: “ é o primeiro a sentar e o último a levantar “, enfim, o gordo por ser gordo já está alimentado para o resto de seus dias. E se a pessoa se lamentar ouve o já batido bordão: É SO FECHAR A BOCA, bordão este que é oriundo de pessoas que desconhecem problemas de ansiedade, depressão, compulsão. Muitas vezes o gordo come suas tristezas, sua solidão, suas derrotas, suas frustrações e paralelo a tudo isso ainda carregam o rótulo do desleixo, da preguiça, da falta de capricho.Só que nem todos os gordos tem condições de fazer acompanhamento psicológico.
O mundo é assim: uns são alto demais, outros são magros demais, outros quando nascem, já são demais. O que eu quero dizer é que não tem de ter movimento pro negro, pro gordo, pro anão, o que é preciso é uma única lei: a lei do respeito e da justiça. Mas não temos isso. Temos sim ,muita gente ganhando dinheiro em cima deste ou daquele movimento, gente se aproveitando da fragilidade dos outros para passar uma imagem nobre e fidedigna e disto tirar muito proveito. Eu não tenho dívida com ninguém, mas se a palhaçada continuar posso criar: quero cotas porque o povo magro tem uma dívida comigo pelos anos de humilhação na minha adolescência e na adolescência dos que me antecederam porque eu era chamada pelos meus coleguinhas de MUSA DO RENASCIMENTO em função dos quilos a mais que carregava e quero que multem os meus pais por não me alimentarem de forma adequada , sendo eles também culpados de todos os meus fracassos. E SEGUE O BAILE...