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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Blogando sobre o humor enlatado

UMA SÁTIRA À MESMICE

O dia 1º de maio começou às seis horas da manhã. Tomei banho e preparei o café. Eu estava muito preocupada em adiantar meus deveres de faculdade ( queria adiantar a narrativa de minha ida ao teatro), pois trabalho e meu tempo tem de ser muito bem aproveitado. O fato é que era dia da mães, domingo, e eu queria muito abraçar a minha mãe e precisava fazer o trabalho do professor Adriano ( pensei até em pedir uma cortesia, porque o meu amigo, o Maicon, disse que o professor geralmente tem ingressos para a peça, mas depois eu fiquei constrangida).
Cheguei em São Lourenço lá pelas 9h. Tomei chimarrão. Apresentei-me sem presente, porque estava sem dinheiro, mas contornei a situação assando um belo cabrito ( minha mãe adora carne de cabrito... o resto da família não gosta, mas era o dia dela e ela merecia comer o tal do cabrito. Na verdade, todo mundo comeu, mas família é assim mesmo. Lá em casa quando, não tem um bom motivo para brigar a gente culpa o cabrito, ou qualquer carne que esteja na mira). Almoçamos, comemos a sobremesa, fizemos fofoca das novas vizinhas da mãe ( minha mãe disse que as moças que alugaram a casa da vizinha eram “de programa”. O cão das moças tentou fazer amizade com a minha cadelinha, a Alberta, mas não deixei... para minha cadelinha não ficar mal vista na cidade... ).
Despedi-me de todos e vim para Pelotas (A fim fazer o trabalho do professor Adriano, mas o que eu queria mesmo era ficar em São Lourenço para conhecer as vizinhas putas da minha mãe e as atividades delas...). Minha cadelinha viria depois, de carro com meu irmão. Cheguei em Pelotas às 17h30m, tomei banho, vesti a mesma roupa que uso sempre , calça de veludo e camiseta, botei perfume , batom e rumei para o Teatro Sete de Abril. A peça em cartaz era”Lugar de Mulher...” uma sátira ao machismo, com Cláudio Ramos. Encontrei o Maicon, mas ele não conseguiu comprar ingresso para a primeira sessão porque estava esgotado. Acho que ele também ficou sem coragem de pedir cortesia para o professor Adriano. Esperei minhas colegas, professoras, que trabalham na mesma escola que eu. Fiquei muito feliz quando as vi. Vilma, Silma e Bia são presenças certas em qualquer programa de teatro, seja da escola ou de qualquer outro evento teatral da cidade.. Entrei e sentei com minhas amigas bem na frente. O teatro estava cheio. Notei que elas (as amigas que me acompanhavam) estavam bem produzidas e o resto da platéia também... só eu que não (é... a gente sai da campanha, mas a campanha não sai da gente...). Começou o espetáculo. Era algo que iria deixar o meu professor muito insatisfeito. Personagens que eram tipos, piadas simples, antigas, mas a platéia ria muito. O ator ameaçava interagir com a platéia, mas não propiciava que o fato se concretizasse. Parecia aqueles humoristas que aparecem no programa do Tom Cavalcante, mas como já citei, a platéia ria muito. A “costura de cena” era entediante. Eu não gosto de ver o serviço de contraregras, creio que poderia ser mais discreto. Os elementos que tinham em cena eram desnecessários e mal utilizados, mas o ator era muito bom, tinha o tempo certo da comédia. Pareceu-me uma dona de casa que só sabe fazer feijão com arroz, mas faz bem feito. Era uma comida simples, conhecida, mas bem feitinha. Eu estava diante de um profissional ( alguém que vive do seu trabalho, como o sapateiro, o marceneiro... o teatreiro. Era um profissional do humor pronto, enlatado). A iluminação era básica, sem novidades, o figurino adequado ao tipo, mas, de forma alguma, considerei ao que assisti uma homenagem às mães.
Sei que se meu professor de teatro tivesse assistido ele teria me dito: Você teria enriquecido mais seu espírito se tivesse ficado em são Lourenço para conhecer as vizinhas putas de sua mãe. Mas o que mais me deixou curiosa é que A PLATÉIA GOSTOU. Então, cheguei a conclusão de que cada de trabalho de teatro é direcionado para um determinado tipo de público.

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