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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

COLUNA XXX

DA EMBRIONÁRIA COLUNA X X X- A SUPER FÊMEA
MINHA OPINIÃO

Após assistir o último capítulo da novela Mulheres Apaixonadas (sou noveleira de carteirinha, de usar decalque, como diria O Analista de Bagé), fiquei estática, paralisada. Sou obrigada a viver entre pessoas que ,para se dizerem intelectualizadas, afirmam serem as novelas um antro de perdição, mas elas olham, caso contrário, como saberiam tanto sobre a perdição da telinha? Ainda têm o desplante de falar: “ casualmente a tv estava ligada, eu vi e fiquei apavorada “ , ou então : “ a empregada estava olhando... “ Ora... para que serve o controle remoto , mentes remotas ? Rebato... as novelas da teledramaturgia brasileira são um verdadeiro ataque ao falso moralismo que impera na sociedade. O Manuel Carlos é tudo de bom. O Manuel Carlos tinha o direito de se suicidar 5 minutos após o término da novela. O gênio das domésticas solitárias, ou das avulsas, abordou praticamente tudo em uma só novela, em tão curto espaço de tempo. No último capítulo, através do personagem Carlão , gritou para o Brasil inteiro: pais, coloquem limites nos seus filhos, para não infestar a sociedade de monstros.” Educai os meninos e não será necessário castigar os adultos “.
Com a morte do Fred e do Marcos, Manoel Carlos esbraveja: doutores das leis brasileiras, vai continuar a palhaçada do espancamento e do estupro dentro de casa e a mulher ter de calar ,a troco de cesta básica ?
O povo brasileiro teve excelentes temas para debate: maltrato ao idoso, câncer de mama, adoção, prostituição, namoro entre primos ( no lugar de coibir, por que não discutir como pode a medicina ajudar estes casais? ), homossexualismo (Cheguei a telefonar para o autor da novela e perguntar : se os namorados heteros se beijam tecnicamente na tv , quando os autores brasileiros vão perder o medo e dar vez , voz e beijo na telinha para os homossexuais ?( claro que eu não disse para o autor que sou medrosa a ponto de me esconder atrás de um pseudônimo, embora ao me ler qualquer pessoa reconheça minha linguagem , mas se quiserem provar que eu sou cavalo, me recuso a comer alfafa ) .
No último capítulo o autor presenteou-me com o tão sonhado beijo de homossexuais na tv. Quando ele me perguntou se eu estava satisfeita, disse que não, porque o casal que havia beijado era Romeu (interpretado pela Rafaela) e Julieta (interpretado pela Clara ) e eu queria o beijo da Clara e da Rafaela... “Quem sabe na próxima novela você continua me ajudando? “. Senti-me lisonjeada: foi a primeira vez que coloquei alguém que julgo importante em uma saia justa. É fácil cobrar estando do lado de fora, sem a pessoa saber das nossas fragilidades ). O beijo não era por mim não, porque gosto de homem, o beijo era em nome de todas as pessoas que são excluídas por este ou aquele motivo.
Mostrou luta de classes, mulheres mal atendidas que acabam fantasiando com taxistas, o celibato dos padres, alcoolismo, ciúmes doentio , mulheres maduras amando homens mais jovens, uma filha que se envergonha do pai, uma história de amor entre a professora e o aluno ( Será que todas essas “baixarias “são tão desconhecidas por nós , será que estão tão longe da nossa consciência mágica ? )
As beatas e todos os falsos moralistas que me perdoem, mas o Manoel Carlos é quase um Deus no céu das telenovelas, só pecou ferozmente naquela escola ( os professores todos bonitos, felizes... os alunos aplicados, lendo Fernando Pessoa... Ah... e aquela piscina ? Fala sério...

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